As cores
homem, na ausência do já esquecido,
busca na perdida ingenuidade,
dias findos, maior intensidade,
onde o tempo ainda não tenha punido.
Fadado a viver sua eternidade,
no universo negro, sem colorido,
na melancolia em que foi perdido,
os dons e a sabedoria da idade.
De tanto se intitular criador,
já não sabe a química de uma tinta,
não tem mais a luz em seu interior.
Perde o valor aquilo que se pinta,
quando é inspirado em dissabor
ou no desprezo do que ainda se sinta.