SONETO COM FIGURAS DE CONSTRUÇÃO

ATIVIDADE ABRASSO: Soneto com o tema FLORES ou PRIMAVERA:

PRIMAVEROU NO AMOR

Florescem flores lindas, naturais;

Nas florações, fetiches flóreos, tantos!...

Encantam cada canto dos quintais;

Enfeitam, com feitios e acalantos.

A Flor, que veste a veste em tons florais,

Reveste, floreando em ternos cantos

Meu peito, florescente em madrigais;

Reflorescendo o amor e seus encantos.

Primaverou! E o meu amor primeiro

Floral sentir, florindo no canteiro

Dos meus anseios, brotam e decantam...

Desabrochando a flor fragrante e bela

No riso da florista tão singela,

Que os meus sentidos, ávidos, se encantam!

Aila Brito

SOL DE PRIMAVERA

Quando vier setembro eu te direi,

quando vier setembro eu te farei

uma canção falando de mil flores,

um poema rimando alguns olores

que a vida espalha... vida mais que a lei,

e a rota mostra quanto fere a grei

que não semeia dádivas, valores...

Se a rafada soprar alguns favores,

juntos, nós buscaremos... e terás

canções e um lindo sol de primavera,

primavera de sonhos e carinho.

E assim serei feliz... feliz serás,

se as cores desta nova e gentil era

atestarem que não irei sozinho.

Basilina Pereira

EFEMERIDADE

Róseos rosais, roseiras, roseirais

Se enfloram pouco a pouco, e em todo canto

A vida se ilumina – um acalanto

Que seca o pranto, amansa dores, ais.

Primaveris encantos que jamais,

Jamais me esquecerei e que, portanto,

Exaltarei nos versos que aqui planto,

E plantarei bem mais, bem muito mais.

Rosas, rosas... Tão belas, tão fugazes,

Com cheiros e perfumes das quimeras,

Que se evolam nos ares, qual fumaça.

A vida, como as rosas, tem as fases

A vida, como as rosas, que veneras,

É bem precário, logo acaba, passa.

Edir Pina de Barros

FLORES E AMORES

Lá vem a primavera, ledamente,

as flores já se espalham nos canteiros,

os pássaros trinando, alvissareiros,

saúdam a beleza de um presente!

Lá vem a primavera, docemente,

as flores já resplendem os seus cheiros,

seres apaixonados, altaneiros,

semeiam esperança a muita gente!

Flores florindo e amores florescendo

- a natureza e os homens como adendo -

a partilhar um cálido jardim...

Plantemos rosas, rosas deslumbrantes,

que enfeitem a quimera dos amantes,

antes que a primavera tenha fim!

Geisa Alves

É PRIMAVERA…

É primavera sempre que há sorriso

emoldurado pelas belas rosas,

a confessar, no aroma, que é preciso

perpetuar as cenas primorosas…

É primavera sempre que matizo

as cores a bailar sutis, sestrosas,

em meu olhar, que abriga o paraíso,

multiplicado em muitas, muitas grosas…

É primavera sempre, o tempo inteiro,

que é primoroso prêmio ter um prisma

a lastrear de cores o ambiente…

É primavera sempre, em meu canteiro,

que enlaça cor e canto com melisma,

dourando cada agrura displicente…

Elvira Drummond

O CHORO DAS FLORES

Sempre mamãe falava com as flores,

Sempre as tocava ao serem companheiras,

Sempre exaltava em ter delas amores,

Sempre, entre as mesmas, foram as parceiras.

Senhora da bromélia, astro das cores,

Cores presentes, fortes e primeiras,

Primeiras em poder terem odores,

Odores que da rosa, enchem floreiras.

Mamãe, mamãe! As flores me reclamam!

As flores me reclamam pela ausência,

Lamentos que lamentam seus lamentos...

Pois, ao chorarem, sofrem... Choram, clamam

Que a falta que tu fazes, faz pungência

Já que hoje são regadas por tormentos...

Plácido Amaral

SONHO PERDIDO

Sonhei um sonho vindo do elevado.

Sonhei um sonho onusto de quimera.

Nele atingi o anelo que quisera —

nasceram girassóis por todo lado...

Dormi florida e amei o amor amado.

Floresci, no vaivém da primavera...

Esqueci o universo que me espera —

os jacintos tristonhos do passado!

Amor, amor, surgiu a aurora airosa

aguçando o perfume de uma rosa,

e o fôlego da noite foi embora.

Saudade vem, saudade só devora,

a natureza roga tão sentida!

O sonho terminou, perdeu a vida…

Janete Sales

TEMPO DE PRIMAVERA

Tempo de reabrir velhas janelas,

Deixar o vento entrar com novas cores,

Tempo de repensar velhos valores,

Deixar, por fim, partir as caravelas.

Tempo de renascer em meio às flores,

Trocar pesadas botas por chinelas,

Dar férias para as nossas sentinelas,

Buscar com fé na vida os seus primores.

É tempo de esquecer de certos fatos,

Tempo de relevar qualquer destempo,

Tempo de revelar que somos gratos.

É tempo de não ver mais contratempo,

Retirar a poeira dos retratos,

Buscar enquanto é tempo um novo tempo!

Luciano Dídimo

FLORES

A primavera acorda a passarada,

Passarada de líricos cantores,

e nos jardins já bailam beija-flores,

amando essa estação muito esperada!

Jardins, jardins, em terra ensolarada

Jardins, jardins, que exibem tantas cores!

Jardins, jardins, que afagam os amores!

Bem-vindos nesta terra abençoada!

Belos canteiros, belos roseirais...

Flor do deserto, flor de mil quintais!

Flores do campo, flores perfumadas...

Flores... Encantos entre abelha e mel...

Mostrando o Criador com Seu pincel...

Todas as flores são por mim amadas!

Marlene Reis

PRIMAVERA É VIDA

-

Soneto decassílabo-sáfico-heroico-

mesóstico em diagonal n. 7521

Noneto-cantante-clássico número 279

-

(P)aguei buquê de flores; quis um verso;

ver(R)so cantante. Rosa, flor bonita!

Olhe(I) da rosa, rosa, fiz inverso:

nenhu(M) espinho, vi naquela dita.

-

Perfume tr(A)z também olor diverso.

Setembro (V)ejo dom na luz bendita!

Sol faz nasc(E)r jardim, nutrir submerso:

deitada ao chão, (R)aiz fiel excita.

-

Beijo com beijo doce, d(A)r proponho!

O beija-flor (É) o par que leva sorte...

As borboletas (V)oam, trazem sonho.

-

Setembro insp( I )ra amor e cor perfaz.

A primavera é vi( D)a, vence morte.

A primavera pass( A), pede paz.

-

Sílvia Motta Araújo

FALANDO DE FLOR

Colibri, Colibri, varre esses campos

Atrás da essência: o néctar, mel das flores,

Seu sustento, seu pão em mil sabores,

Alimento floral qual frutos lampos.

- É primavera! Clamam vastos pampos

É primavera! Os vales... Quantas cores!

É primavera! A flora e seus primores

Salve aleluias! Salve pirilampos!

Viva o Sol! Viva a Rosa! Viva o Coentro!

A natureza em festa multicor

- Tu és das estações, o cerne, o centro.

Porém, finjo (a) fingir um fingidor

Todo despetalado assim, por dentro

Mas, ainda falando, sim, de flor.

Paulino Lima

PRIMAVEROU

Já vejo, nos canteiros, singeleza!

Já vejo, nos canteiros, lindas cores!

Pétalas carregadas de beleza

Acordando, acordando em seus vigores!

São flores florescendo com riqueza,

Florindo em meu jardim... (ricos primores!)

Presente que recebo; a Natureza

Pagando o meu trabalho com favores!

E tudo se renova de repente...

De repente, o jardim desabrochou!

Valeu aquele esforço persistente;

Valeu todo o cuidado que inspirou

O sonho... o sonho sempre pertinente:

Vida nova chegou! Primaverou!

Isaías Ramalho da Silva

Academia Brasileira de Sonetistas ABRASSO
Enviado por Academia Brasileira de Sonetistas ABRASSO em 01/10/2021
Código do texto: T7354308
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