Soneto de Primavera
Um manto descortina-se em ruídos...
Abelhas primam no feliz labor,
Fecundam todo o verde em luz florido
E a brisa, leve, canta com frescor.
A serra da Cigarra é o alarido
E cedo o Sabiá se faz tenor;
As ruas são o alegre colorido:
Os pingos do arco-íris, flor em flor!
Suprema mão da artista natureza
Na lima da estação da singeleza
Que talha a vida em todo o brilho e lume!
E ainda humilde, como um ser perfeito,
Não conformado da aquarela, o feito,
Borrifa o ar com beijos de perfume...