Soneto de Primavera

Um manto descortina-se em ruídos...

Abelhas primam no feliz labor,

Fecundam todo o verde em luz florido

E a brisa, leve, canta com frescor.

A serra da Cigarra é o alarido

E cedo o Sabiá se faz tenor;

As ruas são o alegre colorido:

Os pingos do arco-íris, flor em flor!

Suprema mão da artista natureza

Na lima da estação da singeleza

Que talha a vida em todo o brilho e lume!

E ainda humilde, como um ser perfeito,

Não conformado da aquarela, o feito,

Borrifa o ar com beijos de perfume...

Pinguinho Neto
Enviado por Pinguinho Neto em 29/09/2021
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