UMA RETA É UMA RETA
Inspirado no poema A MATEMÁTICA DE UM
PONTO SINGULAR, de Herculano de Alencar
Não fosse o poeta um matemático,
Um ponto não teria solução,
Deixado entre o inteiro e a fração,
Entre um e quase zero, estático.
A possível reta teve fim drástico,
Uma vez que morreu na geração,
Pela falta de um traço de união,
Ligando ponto a ponto, modo elástico.
Porém ele tem licença poética,
Que burla as leis, com ética e estética,
E nos deixa de queixo caído.
Aparece com um ponto comprido,
Aos nossos olhos uma semirreta,
Mas que é reta, na visão do poeta.
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A MATEMÁTICA DE UM PONTO SINGULAR
Da reta definiu-se um novo ponto,
que se fez uma reta novamente.
Desfez a reta, o ponto incongruente,
e retornou, assim, a um só ponto...
Que se fez reta, e curva, e fez-se pronto
num ponto equidistante da figura.
O ponto, agora tonto, a essa altura,
manteve-se na curva, por enquanto.
Não fosse o poeta um contraponto
e o ponto morreria sobre a reta,
como morreu e morre o poeta,
buscando poesia em todo canto.
Fez-se da reta um verso e, por encanto,
do ponto floresceu mais uma reta.
Herculano de Alencar