O SILÊNCIO EM VOZ ALTA...
Não preciso te contar absolutamente nada,
E por isso mesmo é que me sinto vazio...
Queria eu ter ainda o dom do mistério,
Do olhar enigmático, mas não sombrio.
E a ti condeno por minha alma amarga,
Além deste meu coração nada sadio...
Sem ter seu ímpeto ou próprio critério,
Se desgasta por qualquer sangue arredio.
Então! Para que te falar da falta?
Porque insistir no silêncio em voz alta,
Se nenhuma palavra mudará o destino?
Pergunto e perguntar já não basta...
O medo da resposta apenas me cala...
E me falando vem o olhar, a falta de tino.