DESPEDIDA

Não há sequer uma poesia triste que satisfaça,

Ou um conto bem feito com base em pouco, ou nada,

Sequer uma boa historia simples, ou mal contada,

Que num coração ferido, a ternura da dor, desfaça.

E não há muito o que recordar na culpa, na ânsia,

Certo que voltar no tempo, nunca traga lembranças,

Seja quais forem, de desarranjos, ou de bonanças,

De todas as fases, da alegria e benção da infância.

Eu não penso muito na morte, ou, aliás, sim.

Mas não porque quero que ela venha a mim,

É só por parecer inevitável nesta medida,

Pois enquanto estou aqui, qualquer dia, despedida.

Uma tristeza que devora, que parece sem fim,

Tal tristeza um dia findará a minha vida!