LÂMINA AFIADA

A noite traz alento ao coração sofrido

E cicatriza, d'alma, todas as feridas,

Como se acrescentasse um sopro de novas vidas

A quem, sem esperança, muito tem vivido.

A tarde que anuncia o limiar do escuro

Manto de imensa dor, a infligir suplício

Ao peito que se abre e fere, em sacrifício,

É qual, se nos houvesse intransponível muro,

Impedimento eterno a que se tenha a amada

Junto, às tantas intempéries resguardada,

Pelo calor de um sentimento sem igual,

Mas, ao que sofre a solidão da madrugada,

Não se condói, do fado, a lâmina afiada

E nessa desventura é que perece o tal.

Bom dia, amigos.

Ótimo fim de semana, Deus os abençoe. Bem-vindos à NOSSA página.

Obrigado, Helena, pela linda interação.

A esperança que eu tinha,

era verde como a linha,

que borda os canteiros da aurora.

Faz tempo já foi-se embora,

me deixou triste e sozinho,

a procurar por um carinho.

(HLuna)

Obrigado, Humberto, pela esplêndida interação.

A ÚLTIMA NOITE:

A noite trás a paz e o refrigério

Quando o sol, que se esconde n'amplidão,

Leva consigo o fardo deletério

Que o mundo nos impõe nesse vil chão.

A noite oculta em seu manto mistério:

Como se desenvolve nela o grão?

Como se enreda em braços do adultério?

Como o amor se torna em traição?

A noite é uma faca de dois lados:

Nela os amantes se enroscam suados

Nela se envolve o mal no negror.

Mas quando o sol brilhar na noite fria

Anunciando que raiou o dia,

Só então reinará o eterno amor.

(Humberto Cláudio)

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 25/09/2021
Reeditado em 02/10/2021
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