LÂMINA AFIADA
A noite traz alento ao coração sofrido
E cicatriza, d'alma, todas as feridas,
Como se acrescentasse um sopro de novas vidas
A quem, sem esperança, muito tem vivido.
A tarde que anuncia o limiar do escuro
Manto de imensa dor, a infligir suplício
Ao peito que se abre e fere, em sacrifício,
É qual, se nos houvesse intransponível muro,
Impedimento eterno a que se tenha a amada
Junto, às tantas intempéries resguardada,
Pelo calor de um sentimento sem igual,
Mas, ao que sofre a solidão da madrugada,
Não se condói, do fado, a lâmina afiada
E nessa desventura é que perece o tal.
Bom dia, amigos.
Ótimo fim de semana, Deus os abençoe. Bem-vindos à NOSSA página.
Obrigado, Helena, pela linda interação.
A esperança que eu tinha,
era verde como a linha,
que borda os canteiros da aurora.
Faz tempo já foi-se embora,
me deixou triste e sozinho,
a procurar por um carinho.
(HLuna)
Obrigado, Humberto, pela esplêndida interação.
A ÚLTIMA NOITE:
A noite trás a paz e o refrigério
Quando o sol, que se esconde n'amplidão,
Leva consigo o fardo deletério
Que o mundo nos impõe nesse vil chão.
A noite oculta em seu manto mistério:
Como se desenvolve nela o grão?
Como se enreda em braços do adultério?
Como o amor se torna em traição?
A noite é uma faca de dois lados:
Nela os amantes se enroscam suados
Nela se envolve o mal no negror.
Mas quando o sol brilhar na noite fria
Anunciando que raiou o dia,
Só então reinará o eterno amor.
(Humberto Cláudio)