A vida
O fogo, que acende a tênue candeia
E eleva da vela a luz delicada,
É o mesmo que assoma e forte incendeia
A mata frondosa, em chamas, tombada.
A vida, um mistério, estranha jornada,
Enredo que prende a sorte na teia.
O incerto viver, tentando na estrada,
Apenas fugir da dor que campeia.
A vida requer prudência e coragem
E estoques de mel e amor, na bagagem,
Que abrandem, talvez, a dor que maltrata!
O fogo gentil, que a trilha alumia,
Nem sempre se faz melhor companhia.
Às vezes, também, nos queima e nos mata.