Torrente de mágoas
Por longo período, mudo sofria
Os males cortantes desta jornada.
Por medo, pudor, comigo, escondia
A dor que reinava aguda e pesada.
Tentando esquecer as pedras da estrada,
Meu rosto impassível sempre trazia!
Mas, hoje, mudei e, a troco de nada,
Comportas abri, à minha poesia!
Meu verso, em torrente, grito de guerra!
Sem tréguas, no azul, valente descerra
Bandeira de luta, em sangue tecida.
Rompendo o temor, calado, não mais!
Exponho, de vez, a todos, meus ais!
Bem claro, em cartaz, as mágoas da vida!