Sono e Morte
Esta noite, a lua embranquece
Minhas costas; minhas lágrimas molham
Tua lápide; os corvos me olham
Tranquilos; a morte diz "adormece".
O pouco amor que resta me aquece;
Mas o sono e a morte se entreolham
Prontos pra me levar daqui; desfolham
As flores que eu trouxe pra ti; "esquece".
Não luto, desisto, quero morrer,
Pois sem teu amor, não há o que fazer.
Comecem, gêmeos, o rito soturno!
Pela última vez, leio teu nome,
Mas pouco a pouco a dor me consome.
Choro, soluço, suspiro e, enfim, durmo.