GRITO E PRANTO

GRITO E PRANTO

Ouço o cantar tristonho do urutau,

E enquanto a sombra dele, contra a lua,

Entra em meus olhos meu medo flutua

Sobre o céu do meu mundo cerebral.

Logo, volta-me minha infância nua,

Sombra tétrica e canto gutural

Que no meu ser encontra um tempo tal

Onde, a intervalos, o terror me acua.

Porém, bem cônscio de ser um adulto,

Sei meus temores não são infantis,

Nem sobressaltos do meu ser inculto.

São penados ais dos muitos brasis

Onde, há tempos, o povo está sepulto

No canto triste do ser infeliz.

The, 12/11/2007 – H.M.Feitosa