Genus irritabile vatum
“Beleid’ge die Götter, die alten und neu’n,
Des ganzen Olymps Gelichter,
Und den höchsten Jehovah obendrein –
Beleid’ge nur nicht den Dichter!
[…]
Kennst du die Hölle des Dante nicht,
Die schrecklichen Terzetten?
Wen da der Dichter hineingesperrt,
Den kann kein Gott mehr retten –
Kein Gott, kein Heiland erlöst ihn je
Aus diesen singenden Flammen!
Nimm dich in Acht, dass wir dich nicht
Zu solcher Hölle verdammen.”
(HEINE)
Não mais te reprimas, Zoilo impertinente!
Qualquer um pode livremente se expressar
Em nosso século – após tanto agonizar,
A Liberdade guia o povo finalmente.
Dê vazão à tua língua maledicente,
E contra tudo e todos podes blasfemar:
Insulte a Deus, à humanidade, ao céu, ao mar,
E até a mim, se isto o deixar contente;
Mas não te esqueças! Sou poeta, e irritável…
Num dantesco terceto posso lhe prender
E dos castigos dar-te o mais intolerável…
Nem Jesus Cristo o poderá absolver!
A Verdade é indelével, irrefutável –
Ninguém apaga o que o Vate escrever!