AS POMBAS
Vai construindo a pomba o amoroso ninho,
Arquitetando a vida em cada seu umbral;
Procura ela um cantinho em todo seu pombal
E se acomoda; põe, dá vida... no cantinho
Eleito do pombal, lá nascem de mansinho
As novas pombas: vê-se aí que nenhum mal
Surge e nem se faz. Não há paz no mundo igual...
Ruflam as asas as pombas e, com carinho,
Voam cortando o céu aberto e depois vêm,
Asas abertas, em bandos. Felizes têm
Rumos ignotos do norte ao sul; muito mais,
Elas de longe vêm para nos trazer graça.
Sem dó, os homens dão início à triste caça.
Ferem as pombas. E matam-nas. Não há paz!