AS POMBAS

Vai construindo a pomba o amoroso ninho,

Arquitetando a vida em cada seu umbral;

Procura ela um cantinho em todo seu pombal

E se acomoda; põe, dá vida... no cantinho

Eleito do pombal, lá nascem de mansinho

As novas pombas: vê-se aí que nenhum mal

Surge e nem se faz. Não há paz no mundo igual...

Ruflam as asas as pombas e, com carinho,

Voam cortando o céu aberto e depois vêm,

Asas abertas, em bandos. Felizes têm

Rumos ignotos do norte ao sul; muito mais,

Elas de longe vêm para nos trazer graça.

Sem dó, os homens dão início à triste caça.

Ferem as pombas. E matam-nas. Não há paz!

Roberto M Braga
Enviado por Roberto M Braga em 12/09/2021
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