Das uvas de Esopo

De súbito, a raposa interessada

De as vinhas alcançar, no esforço vão,

Saltando o mais que pode, estende a mão,

Tocando as folhas, mas nas uvas nada.

Nas tentativas, fica, enfim, cansada.

A face expressa a funda frustração.

Desiste da empreitada e vai-se, então,

De azeda, tacha a fruta cobiçada.

Se quem desdenha quer comprar, suponho

Que seja exato ao que passei, um dia,

Ao desdenhar frente ao frustrado sonho.

Não tendo o beijo da fatal morena,

Embalde todo esforço que fazia.

Bem claro, eu disse: - Nem valia a pena.

Fernando Antônio Belino
Enviado por Fernando Antônio Belino em 12/09/2021
Código do texto: T7340425
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