Depois daqui

O que há em ti, teu íntimo segredo,

fugiu da etérea cerne do universo,

girou na luz, no som, tornou-se verso,

e agora é tudo: é tarde como é cedo.

O que é de ti, de mim se fez... meu medo

de amar não há; e se há, brotou no inverso.

Estás em mim, e estou por ti submerso;

nós somos, de nós dois, o fim e o enredo.

Escuta, amor... se vida houver pós-essa,

eu quero te fazer tenaz promessa,

e Deus me há de cobrar que a cumpra, e bem:

Que sem paixão serei, antes de ti,

e viverei tão só quanto eu vivi,

pra te encontrar depois daqui também.

Alex Olliveira
Enviado por Alex Olliveira em 10/09/2021
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