Depois daqui
O que há em ti, teu íntimo segredo,
fugiu da etérea cerne do universo,
girou na luz, no som, tornou-se verso,
e agora é tudo: é tarde como é cedo.
O que é de ti, de mim se fez... meu medo
de amar não há; e se há, brotou no inverso.
Estás em mim, e estou por ti submerso;
nós somos, de nós dois, o fim e o enredo.
Escuta, amor... se vida houver pós-essa,
eu quero te fazer tenaz promessa,
e Deus me há de cobrar que a cumpra, e bem:
Que sem paixão serei, antes de ti,
e viverei tão só quanto eu vivi,
pra te encontrar depois daqui também.