Pelo fundo da agulha (ou “O buraco da agulha é mais embaixo”)
Penando no inclemente purgatório,
padecendo da insarável ferida,
paciente espero a hora da partida
na fé pelo porvir reparatório.
Aguardo pela idílica guarida,
fiança nas conversas de oratório,
libra divinal desse mundo inglório,
que é tudo que me coube nessa vida!
O paraíso, sonho desidério,
que faz do sofrimento, magistério
e da morte, grau à fulgente aurora!
Mas eis que o tal destino celebrado,
louvado em preces, abono ao pecado…
É pra depois… por Deus… jamais pr’agora!