Vítima de Medusa
Sou barro cru, projeto inacabado,
Sou barro vivo que auto se lapida;
Que busca a perfeição, mas foi traída
Pelo meu próprio orgulho ali criado.
Na busca do perfeito, adio a vida,
E esse projeto se torna o meu fardo.
O mistério do mundo todo eu guardo
Para quando eu estiver já concluída.
Mas o tempo transcorre e me consome,
O que faz aumentar a minha fome
Pelo perfeito e a singularidade.
Sou tal qual prisioneira de medusa:
Fui vítima de mim, a minha musa
Prendi no barro da minha vaidade.