O vento chega, mas nada me diz;

O vento chega, mas nada me diz;

sopra, me atinge e se vai inclemente...

Ora vem quando estou quieto e infeliz,

ora vem quando me sinto contente.

Sempre, porém, que esse toque petiz

uma vez mais vem fazer-se presente

— puxa, que regra! que força motriz! —

sinto um desejo ferino, pungente:

ver-te de volta ao meu lado, sorrindo,

e me contando o que sente e o que pensa,

uma vez mais meu olhar me pedindo.

Mas, onde via-te sempre a presença,

está vazio! E mais vai se esvaindo

enquanto morro de argêntea querença...

05/09/2021

Malveira Cruz
Enviado por Malveira Cruz em 05/09/2021
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