Melancolia
Aquele que a vê contente não sente
Seu julgamento equivocado lida
Sem alegria a vida então ressentida
Na alma indolente a tristeza consente.
A alegria aparente às vezes mente
Na peça teatral bem representada
Ante a plateia fingida e adestrada
No aleive telúrico do presente.
No coração silente a melancolia
Da ilusão ancestral e tão maldosa
Espectro triste da vileza airosa.
No sorrir falso da morte ditosa
No palácio das lágrimas ela jazia
Lacrimosa criatura que não sorria.