Young at heart
“‘Tis time this heart should be unmoved,
Since others it hath ceased to move;
Yet though I cannot be beloved,
Still let me love!”
(BYRON)
A juventude foge-me celeremente –
A cada ano que se passa posso ver
Meu rosto no espelho a empalidecer
E as sobras de minha beleza decadente.
As rugas sulcam-me o rosto horrivelmente,
Meus cabelos começam a embranquecer
E a luz de meus olhos, já a escurecer,
Haverá de apagar-se em breve, finalmente.
Cheio, porém, de poesia e inspiração,
Sinto tão vivo como sempre a pulsar
Dentro do macerado peito o coração –
Portanto peço, ó Deus! Antes de me levar
Deixai-me ao menos com esta consolação:
Jamais permita-me esquecer de como amar!