O MAXILAR
parei no corredor para tomar o vento frio
camisa aberta no peito
cabeça procurando leito
nalgum leito refrescante de rio
vi que éramos apenas eu e o vento
para tanto corredor
num súbito horror
desceu-me a espinha o frio que tinha como alento
o ar
o vento a friagem
para nenhum havia passagem
o maxilar
os dentes a língua o crânio
todos soldados em titânio