Amar o outro como a si mesmo

Não posso amar ninguém se não também

Alimentar por mim amor, respeito,

Porque o outro sou eu do mesmo jeito

Que as células que fazem ser alguém.

E não posso me amar como sujeito,

Se não consigo respeitar ninguém,

Porque estou também no outro, ele me tem

Como tem o coração o meu peito.

Mas quando amo, concomitantemente,

Eu e o outro, Deus quem se faz presente,

Porque a unidade de dois se fez.

E a unidade de dois vira um milhão,

A célula una vira um coração,

E viramos um só de uma só vez.

Anne Negreiros
Enviado por Anne Negreiros em 30/08/2021
Reeditado em 05/09/2022
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