Soneto do Descrente

Dê-me outra pele querido Deus

Faça-me do barro que cerca a lucidez

Talvez assim eu me torne um dos seus

Sem medo, sem dores, sem minha acidez

Dê-me outros sonhos para sonhar

Uma volta no pêndulo da verdade

Ou me faça logo de cara acordar

Sem olheiras, cabelo ralo, cicatrizes e vaidade

Mas se eu peço é como um desertor

Sempre achei bonito o que era pra ser feio

E isso anulava a minha dor

Antes da felicidade vem a contradição

De joelhos dobrados, fico no aguardo

Esperando ansiosamente pelo seu não

(Guilherme Henrique)

#Revirando meus arquivos encontrei um arsenal de poesias que escrevi durante alguns momentos da minha vida. Esse é um desses. Me assustei com minhas próprias palavras, mas tenho certeza que foi bom externar esses sentimentos quando escrevi. Sempre multável,assim é o ser humano

PássaroAzul
Enviado por PássaroAzul em 28/08/2021
Reeditado em 28/08/2021
Código do texto: T7330672
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