INVERNO PERENE
Os campos estão vazios agora
A pobre terra… não aguenta o arado…
O solo cicatriza, esmorecido, rachado
E só cultiva ossos secos de outrora.
O preto com branco… finda a flora
Os meandros deram o resultado,
E o ferro fundido bate compassado
No som solitário… de uma demora.
Cá estou eu, num alpendre qualquer
Fruto de um seco fruto caído do pé
A espera das torres altas do verão.
Talvez esse seja meu inverno perene
Sem raios, só a luz de querosene
Que alumia meus olhos de sertão.