A JANELA...
Para minha querida prima Marinalva Martins
Lembro assim de mamãe, minha querida!
Noite escura e ela tão preocupada, tadinha...
Vem ao meu quarto e pede, filha, minha vida,
Fecha a janela, é perigosa aberta, queridinha!
Traz-me uma fina dor no peito esta lembrança,
Um certo remorso até, ao minha mãe recordar,
Porque não atendi dela aquele pedido? Só amar
Era o que queria, apenas proteger, desde criança...
Mamãe se já foi, olho hoje aquela janela aberta,
Guardo na memória o seu doce pedido de alerta!
Agora entendo a sua preocupação, seu cuidado...
Na extensão da simbólica cena de céu enluarado,
Está a janela do coração para se cuidar redobrado,
Se mamãe vivesse ainda, o trato seria mais refinado.
Poeta Camilo Martins
Aqui, hoje, 28.08.2021
19h05min [Noite]
Estilo: Soneto