Eu sou nada no meio do tudo
Anjo da noite escura, venha!
Leva-me para o nada e mata
Essa dor imensa que maltrata
A minha calma, sem sossego e senha
Leva-me, acolhe-me em tua lenha
Na sua asa redentora me arrebata
Em desalinhos, vida triste, ingrata
Ofuscando o destino de quem desdenha
No meio há muita luz na aurora
E eu busco sua proteção agora
No silêncio da vida, fico mudo
Venha! Recolhe-me na eternidade
Deixo de herança a saudade
Eu sou nada no meio do tudo
*escrito em 24/01/2006