Petrarquizando
Ardente coração que no amar cita
Os versos de Petrarca a Laura linda
Na muita crença na beleza infinda
Na íris ardente o amar que me agita.
Sofrer silente a tortura desdita
No doce afã o amar tépido que finda
Doce brandura na loucura infinda
No brilho da aurora pura permita.
Nadar no mar taciturno da insônia
Mundo triste como Petrarca e Laura
Exausto e cego, um Édipo em agonia.
No amar de contentamentos efêmeros
Abraço a sombra de minha acre aura
Passam os anos, os meses em números.