Voz e vez
Solitário, num canto, estive mudo,
Por longo tempo, triste de dar dó,
Mas o ataque ferrenho, ao meu escudo,
Desatou no meu peito o cego nó.
E um canto lacerante e pontiagudo
Desencadeou o efeito dominó,
Cortante farpa, em fúria, contra tudo.
Caco de vidro, raiva e sangue só.
Meu verso, impetuoso, na torrente,
Afronta o que aparece pela frente,
Mostrando, a todos, quanto ele é capaz.
E vejo, em tantos anos de omissão,
Calar-me não foi sábia decisão,
Que a voz e a vez a gente vai e faz!
Solitário, num canto, estive mudo,
Por longo tempo, triste de dar dó,
Mas o ataque ferrenho, ao meu escudo,
Desatou no meu peito o cego nó.
E um canto lacerante e pontiagudo
Desencadeou o efeito dominó,
Cortante farpa, em fúria, contra tudo.
Caco de vidro, raiva e sangue só.
Meu verso, impetuoso, na torrente,
Afronta o que aparece pela frente,
Mostrando, a todos, quanto ele é capaz.
E vejo, em tantos anos de omissão,
Calar-me não foi sábia decisão,
Que a voz e a vez a gente vai e faz!