Soneto da memória que a tudo acolhe
Tenho um baú de memórias,
Memórias ternas, eternas...
Queria eu as mais fraternas,
Pra compor boas histórias.
Mas também as mais inglórias
Me acendem suas lanternas,
E a meus olhos tais luzernas
Me relembram das escórias...
Assim de tanta lembrança,
Lembrança que não se escolhe,
A memória em mim avança,
Da inocência da criança
Ao despudor do que acolhe
O mal, e nele se lança.