Soneto de inconsistência
Com seus olhos abertos desmedidamente
O coração alquebrado ao romper da aurora,
Da fascinação da vida despediu-se outrora...
Desdobrada angústia mira atentantamente.
Tudo será perdoado aos que muito amaram?
Ou terão os castigos em cálculos redobrados?
E quantos gritos de vivas serão celebrados
Pelos que o ledo engano nunca suportaram?
E sempre acabrunhada a questionar se pega
As velhas desistências e as novas covardias
Porquanto faz os planos e logo após renega
Segue retroalimentando suas ilusões tardias
Se no âmago da carne o intenso desejo nega.
Inconsistentes emoções, intácteis e fugidias.
Adriribeiro/@adri.poesias