PLENA
PLENA
Das nuvens arrumadas para a chuva
Surge, imensa, uma lua plena a pino.
Mas já era noite alta quando o sino
Despertou-a em seu leito de viúva.
Logo se enluarou toda a cabreúva
Pela praça pendendo o tronco fino
E a espalhar um aroma feminino,
Que a seu luto servia feita luva...
Ela sentiu o peito arder enquanto
Um rouxinol boêmio com seu canto
Remoçava seus olhos d'esplendores.
E o arraial que dormia ao pé de si
Silenciava expectante aqui e ali
Às vésperas de glórias e de amores!
São Thomé das Letras - 20 07 2021