O MISTÉRIO DO QUADRO
(Para o poeta Ricardo Camacho, pelo seu
poema A PINTURA)
Quem primeiro surgiu, quadro ou poema?
Um poeta viu o quadro e criou
um soneto que a tela retratou?
Ou o pintor, num verso viu o tema?
Então como sair deste dilema?
Nesta questão, quem perdeu, quem ganhou?
Ganhamos nós, é a resposta que dou.
Mas deixem que eu explico o problema.
Dois artistas olhavam para o céu.
Nas mãos de um estava um papel,
Com o outro um cavalete havia.
Também algumas tintas e um pincel,
Com ele a pintar tudo que via.
E o outro? Escrevia, escrevia...
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O amigo Solano Brun me presenteou com este mimo:
AS INTERAÇÕES
Sua notável presença numa certa página
Sobre quem nasceu primeiro: Quadro ou Poema,
Tem possibilitado "a inspiração divina"
Aos caríssimos Poetas, quanto o belo tema!
A sucinta interação chega de forma serena
Mas, com expressão forte e que fascina!
Nas mãos do Pintor, o pincel, do Poeta, a pena
Que, a cada bela obra, honradamente assina!
Eu que o diga... essas interações
Estreitam os laços de amizades
Apresentando-nos a mais "um" em cada visita!"
Do exposto, não há contestações...
Se, Quadro ou Poema, têm expressividades,
Entra em cena a Musa que inspira o artista!
Solano Brun
ENTARDECERES
A imagem de um entardecer,
Esteja ao natural ou copiada,
É emoção a ser transformada,
Em doces versos de enternecer.
Só o poeta tem olhos pra ver,
Os outros olham e não veem nada.
E aquela beleza ali estampada,
Em instantes vai desaparecer.
O belo sempre está ao nosso alcance,
Outro dia teremos nova chance,
Quando houver uma nova exibição.
A imagem será de igual beleza.
Diferente, porque a natureza,
Não se repete em sua criação.
Jota Garcia