CALOR
Já são meados do mês de agosto,
Nas árvores ressequidas canta a estridente cigarra,
O sol escaldante queima o nosso rosto,
Qual lava incandescente que ao torrão agarra.
Nuvens brancas ralas pelo céu de anil
Deslizam lentas sem destino certo,
Nada de chuva, sertão do Brasil,
Até parece clima de deserto.
Um vento brando tenta amainar
Esse calor terrível de rachar o chão,
Mas hoje tudo está parado qual inerte rochedo.
A vida é bela, breve, e apesar
Da seca inclemente deste meu sertão,
Vale a pena aqui viver, sem temor, sem medo!