Estrada
Tu vens querida bela, tão cansada,
Da estrada que te abraça em dura lida,
E eu quieto e tão sozinho em minha vida,
Humilde, te convido à prosa, à casa.
Descanses, minha cama é tão sentida
E grita do vazio que me maltrata.
Preparo o teu café, te faço amada,
Me ponho a te curar qualquer ferida.
À noite te observo à luz da lua,
Um vinho, um forte abraço...tu te aninhas.
Acordas na alvorada em carne nua,
E partes pela estrada de onde vinhas:
Tu deixas a bondade que é só tua,
E levas a saudade que é só minha.