Estrada

Tu vens querida bela, tão cansada,

Da estrada que te abraça em dura lida,

E eu quieto e tão sozinho em minha vida,

Humilde, te convido à prosa, à casa.

Descanses, minha cama é tão sentida

E grita do vazio que me maltrata.

Preparo o teu café, te faço amada,

Me ponho a te curar qualquer ferida.

À noite te observo à luz da lua,

Um vinho, um forte abraço...tu te aninhas.

Acordas na alvorada em carne nua,

E partes pela estrada de onde vinhas:

Tu deixas a bondade que é só tua,

E levas a saudade que é só minha.

Pinguinho Neto
Enviado por Pinguinho Neto em 12/08/2021
Código do texto: T7319330
Classificação de conteúdo: seguro