Soneto da Saudade

Quando cai a tarde e o sol, ao se ir,

Se despede da gente no poente,

Que vontade enorme de lhe pedir

Que leve toda a saudade da gente...

Mas, se lhe peço, é porque o partir

Do sol, me lembra os adeuses dolentes

Que nunca me deram, nem nunca vi,

Dos amores que partiram silentes.

E agora, que de novo vejo a tarde

Já se esvaindo no fundo horizonte,

Canta o poema o receio que me invade:

Que tua hora de partir não me contes

E, súbito, te tornes a saudade

Que nas Ave-Marias me desponte!

Antonio Maria Santiago Cabral

santiagoamsc@gmail.com

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Santiago Cabral
Enviado por Santiago Cabral em 12/08/2021
Reeditado em 04/11/2021
Código do texto: T7319252
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