Noturno II
Hoje sou o demônio tenaz que caça
Na floresta escura da alma um caçador
Já não procuro o fim de tanta Dor
Despudorada criatura em desgraça.
Agora o momento infernal não passa
Flébil ardil baixo do idealizador
No hiante calote o último ardor
Servindo o vinho sanguíneo na taça.
Sou como o poeta na dor sem sossego
Nos prazeres estéril desapego
Que sentes na vida a morte do sim.
Na chaga aberta o íntimo desperta
No laço envolta do pescoço aperta
Deixando na tez uma marca sem fim.