Ida ao submundo
No ambiente presente sobe a fumaça,
Mórbido tornando meu horizonte.
Um rosto aparece de mim defronte,
Lembrando-me o momento de desgraça:
Eis o barqueiro de nome Caronte,
Que assombra-me ao mesmo tempo que me abraça,
Que me leva à terra impura e devassa,
Pelas águas infortúnias do Aqueronte.
Sobe a fumaça do meu desespero
Trazendo ao barco todo meu exagero,
Os vícios e paixões materialistas.
Confesso-lhe a última descoberta:
"Não me foi dolorosa a morte certa,
Mas dessa vida sair como egoísta."