DE MADRUGADA
São quatro e trinta da manhã. Aqui
A luz do sol ainda não raiou.
A passarada do campo, o bem ti vi,
Nem mesmo o sabiá se anunciou.
Mas eu, no entanto, um verso já escrevi,
O sol dentro de mim já despertou,
Bem mais madrugador que a juriti,
O meu primeiro verso já cantou.
Espero escrever mais, chegar ao fim,
Concluir um poema, ou coisa assim,
Que seja bom, ao menos, de se ler,
Que a mim não faça mal, nem a ninguém.
Estou chegando perto já do além,
Não quero maltratar quando escrever.
Pitanga, Pedra, Santo Amaro
26/10/2020 – 4:30