Soneto de amor acalentado
Não negues ao amor o pouso calmo.
Nem cerre-lhe os olhos, suas janelas.
Deixe que se espalhe palmo à palmo.
E ponha os querubins por sentinelas.
Que seja o peito cálido o seu repasto.
E a voz do coração o doce acalanto...
Que seja seu alimento um beijo casto
Sua luz e seu calor sublime encanto...
Não sejas o seu carrasco ou seu algoz
A mão que se levanta e afasta e fere...
A tolher-lhe os passos e calar-lhe a voz.
Antes sejas colo firme e ombro amigo
Na ânsia de acolher sempre se esmere
No aconchego do abraço, o seu abrigo.
Adriribeiro/@adri.poesias