A FINITUDE DO TEMPO
Hoje o tempo é sombrio e só há vento lá fora
A confrontar-se no muro estampado de ruínas;
Não há sinos tocando nesse tempo de agora...
A rasgar o silêncio, só uns ruflares de rapinas.
Hoje o tempo não é contado de hora em hora;
É só um momento em fugacidade de memória;
Só um vulto, sem contorno de face que chora;
Sem traço de sorriso, inexpressivo de história.
Se a alma soubesse a que solidão se destina;
A que termo se resume toda vida, a que sina...
Não se perdia tanto em desvendar o mundo.
Se um clarão iluminasse todo ser que tem vida,
Saberia que ao nascer, tudo mais é só partida
E que entre ser e não ser, só basta um segundo.
s.v.a -