Ingrata Vida

Íamos tu e eu por uma estrada:

Estavas tão chorosa e tão doente...

Dizias ser de Deus a filha ausente,

a mais cruel canção que foi cantada.

Eu quis dizer que não. Jamais! Que nada!

Eras daquela estrada a luz latente;

Quase pra ser do sol a irmã contente,

Pronta pra ser da lua a mãe amada.

Mas tu choravas tanto! e não me crias.

Me recitavas tristes poesias

e me ensinavas versos sem ternura.

Por que me tens assim, Ingrata Vida?

– Eu te esperando sempre colorida,

tu me falando tanto de amargura!

Alex Olliveira
Enviado por Alex Olliveira em 03/08/2021
Reeditado em 01/11/2023
Código do texto: T7312799
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