Esperança

Será outra a esperança

Se não um riso criança

Uma centelha bruxuleante

Sobre a abóboda celeste?

É se não uma quimera

Entreluzida na dança

No cair a tarde mansa

Ansiando a primavera,

Era mesma Ave esperta

Tateando destemida

O chão de terra batida

Num rito de descoberta,

Vi-mo indescritivel abobado

Desperto de um sonho terno

Com o sorriso escancarado

Ao fim de um longo inverno.