Da piedade
Da piedade
Meu coração em dor que se pondera
Andava, por te querer, bem preocupado
Pois dois ímpios andando lado a lado
Certamente é a morte que os espera.
Como índole a tudo reverbera
Meu lençol sorriu angustiado
De te sentir amante dedicado
E a quem não seduz qualquer quimera.
Assim, a piedade em minha boca
Foi se fazendo igual a prece louca
Que gritei chamejante ao travesseiro.
Ao ver tão radiante meu consorte
Como hei de negar pequena morte
Ou condená-lo por morrer ligeiro?