PRIVILÉGIO
Eu sinto a mão de Deus me protegendo,
Cuidando dos meus passos, passo a passo.
Só pode ser a mão de Deus, regendo,
Pois se harmoniza tudo quanto faço.
Alguns semitonados eu compreendo,
São frutos do meu próprio erro crasso,
Que Deus, no entanto, aqui e ali os vendo,
Corrige-os, evitando-me o fracasso.
E assim prossegue a orquestra num tom só,
Eu sou somente aquele que destoa,
E Deus, constantemente tendo dó,
Atento aos contrapontos indecisos,
Para me corrigir, a esta pessoa,
Que tenta, vez em quando, uns improvisos.
Salvador, 17/07/21