DESEJO RENITENTE

Ao leve mimo o corpo inteiro sente

açoites de implacável labareda

e o sangue se transforma na vereda,

passagem da volúpia em mim latente.

Pedindo que um desejo renitente

a noite esplendorosa me conceda,

liberto o impulso, exploro tenra seda

banhada pela dúlcida torrente.

Enlaço teus eflúvios no contato

e esqueço de uma vez todo o recato

presente no prelúdio da euforia.

O regozijo logo se esparrama

em nossas expressões, enfeita a cama

de luzes: apogeu da sintonia!