Divagando

O que busca o coração cansado de dores tantas

Se não afago na letra rara que desata

Se no vazio da alcova, vela o poeta

Pela imensidão da cama que o mata

O que busca o coração cheio de espaços

Lacunas sofrêgas que o tempo não apaga

Se não aívio do seu ópio entre passos

Perdido em caminhos de outra plaga

Não há lugar porém onde repouse

Nem alma plena que lhe apague a agonia

Que lhe traga algum modesto refrigério

Não há amor pelo qual outra vez ouse

Lançar-se numa nova fantasia

Desvendar no coração, novo mistério

Moisés Lopes
Enviado por Moisés Lopes em 28/07/2021
Reeditado em 28/07/2021
Código do texto: T7309401
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