Alheio
Ó, grande alheio! Por visto, há vistos!
Avistei monocromáticos do mundo só a beira,
pássaros da liberdade ainda que tardia,
bancos que esperam do cansaço o troco à espera.
Doentes de amor que transam olhares;
Expressões celestiais ao som de trovões!
Belas mulheres de lábios vermelhos que devoram
a dor que sinto e não cuido por parecer bobagem.
(In)contáveis seres desmentidos,
conscientemente fardados pelo alheio acaso ininterrupto,
proclamo o desejo do contrassenso.
Param por mim, invoco-me!
Sustento o acidente até a sombra do que fui, e ainda serei,
e deixo a ti o discreto conceito sobre o alheio.