Alheio

Ó, grande alheio! Por visto, há vistos!

Avistei monocromáticos do mundo só a beira,

pássaros da liberdade ainda que tardia,

bancos que esperam do cansaço o troco à espera.

Doentes de amor que transam olhares;

Expressões celestiais ao som de trovões!

Belas mulheres de lábios vermelhos que devoram

a dor que sinto e não cuido por parecer bobagem.

(In)contáveis seres desmentidos,

conscientemente fardados pelo alheio acaso ininterrupto,

proclamo o desejo do contrassenso.

Param por mim, invoco-me!

Sustento o acidente até a sombra do que fui, e ainda serei,

e deixo a ti o discreto conceito sobre o alheio.

Otávio M Alves
Enviado por Otávio M Alves em 26/07/2021
Reeditado em 26/07/2021
Código do texto: T7307713
Classificação de conteúdo: seguro