Soneto do Covid
Invadir a molécula da vida,
Guerrear com as células dormentes,
Depois de replicar suas sementes,
Enganando do corpo a vã guarida...
Carrear pelo sangue qual serpentes,
Envenenando a defesa vencida
Dos núcleos de órgãos em luta renhida,
pra salvar o macro dos micros entes...
Incrente hora de crentes e descrentes.
Ah estúpida dor amanhecida,
Febril e calafrio, sustos sequentes...
Não sente cheiro, a boca toda insípida;
O peito em haustos, tosses bem ardentes;
E o olhar se esvai e a morte vem temida.
Gigio Jr (Poemas da Vida - 2021)