IOIÔ
Feito de plástico ou 'té de metal,
Amalgamadas duas peças são.
Coladas em simétrica união,
Inseparáveis para uso legal.
No meio dela está a peça-chave;
Um frágil fio de linha ou de barbante.
Enrola-se pra trás e pra diante,
Tornando três num único conchavo.
Jogado, foi, pra baixo, em meia-força.
A linha tênue serve-lhe de forca,
Antes que escape, rebobina os três.
Tem horas que parece, assim, minha vida.
Quando estou pronto pra engatar partida,
A linha traz-me pra Mão outra vez.
(Recebo, como uma dádiva divina, a interação do mestre Jota Garcia, o homem que sabe fazer poesia, soneto e tudo mais)
VELHOS BRINQUEDOS
Duas rodas unidas por um eixo,
Um pequeno barbante enrolado,
Faz a mágica de cair o queixo,
Faz o olhar ficar maravilhado.
Pedem para brincar, mas eu não deixo.
Não largo, acho qu’estou viciado,
Um brinquedo melhor eu desconheço,
Num instante levou-me ao passado.
No seu sobe e desce, que não para,
O meu coração a pular dispara.
Era assim que brincava com vovô.
A geração dos games não conhece,
Os brinquedos que a gente não esquece,
Como este que chamamos ioiô.
(Jota Garcia)