IOIÔ

Feito de plástico ou 'té de metal,

Amalgamadas duas peças são.

Coladas em simétrica união,

Inseparáveis para uso legal.

No meio dela está a peça-chave;

Um frágil fio de linha ou de barbante.

Enrola-se pra trás e pra diante,

Tornando três num único conchavo.

Jogado, foi, pra baixo, em meia-força.

A linha tênue serve-lhe de forca,

Antes que escape, rebobina os três.

Tem horas que parece, assim, minha vida.

Quando estou pronto pra engatar partida,

A linha traz-me pra Mão outra vez.

(Recebo, como uma dádiva divina, a interação do mestre Jota Garcia, o homem que sabe fazer poesia, soneto e tudo mais)

VELHOS BRINQUEDOS

Duas rodas unidas por um eixo,

Um pequeno barbante enrolado,

Faz a mágica de cair o queixo,

Faz o olhar ficar maravilhado.

Pedem para brincar, mas eu não deixo.

Não largo, acho qu’estou viciado,

Um brinquedo melhor eu desconheço,

Num instante levou-me ao passado.

No seu sobe e desce, que não para,

O meu coração a pular dispara.

Era assim que brincava com vovô.

A geração dos games não conhece,

Os brinquedos que a gente não esquece,

Como este que chamamos ioiô.

(Jota Garcia)

Leandro Severo da Silva
Enviado por Leandro Severo da Silva em 22/07/2021
Reeditado em 12/11/2021
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