O olhar verde do meu pai

*NA PAZ DO TEU OLHAR

Recolho-me a noite qual ave nua,
Olho a relva verdejante no sonho,
Infiltrada a água da neblina rua,
O pé descalço, no silêncio, ponho.

Alcanço a noite que quieta dorme,
Na paz disfarçada dos infortúnios
Onde corações dispersos disformes
Arquejam como elementos netúnios.

Tivesse eu o poder de um furacão,
Varria ao fundo do oceano frio
O furor da violência, a destruição.
Moldava o humano com pudor-brio.

Ordenava em lei amor verdadeiro
A Paz seria dogma, o olhar luzeiro.
***
Do Livro: Nas Entrelimhas - 200 sontos



 
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 22/07/2021
Reeditado em 22/07/2021
Código do texto: T7305067
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